“Mas ninguém entenderia. Então guardei pra mim...”

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Única

Eu gosto de estar só.
Gosto da minha companhia,
de como vou longe com os meus 
pensamentos.
Gosto de 
ouvir as vozes e o silêncio que ecoam dentro do que eu chamo de eu.
Eles e eu, numa sintonia desajeitada, num mundo à parte.
Solidão. Essa é pior quando se está rodeado de pessoas, corpos ambulantes e alheios.
Solidão numa conversa fiada, num sorriso amarelo, olhar vago.
É o tal do estar e não fazer parte.
Gosto do emaranhado de coisas, cacos e restos no baú de minha memória, e como tem assunto lá!
Gosto de cada imagem, cada 
sentimento. Das recordações mais felizes, ao amargor dos tempos difíceis.
E a cada vez em que me encontro sozinha, durante horas a fio, mais percebo quem eu sou.
E sabe, gosto desta pessoa.
De uma forma geral e honesta...
gosto do bem e do mal, do certo e do errado, também do duvidoso.
Por mais que eu relute em certas coisas, ainda assim, esses pedaços não tão quistos, talvez, eles também sou eu.
Se me perguntassem agora,
se por
algúm milagre ou eventualidade, daquilo que se acredita ser o tal destino,
eu pudesse escolher ser outro.
Eu, da forma como sou e me concebo,
pudesse por ventura ser uma outra pessoa...
Eu diria enfaticamente, indubitavelmente, e todos os ''mentes'' possíveis usaria para dizer que não, não quero ser outra.
Não, eu gosto do que sou.
Daquilo que me tornei.
É desse negócio que mais gosto, daquilo que posso chamar de identidade.
Singular.
Meu único eu.

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